Estamos todos a derreter?
O projecto de acção urbana, Monumento Mínimo, da autoria da artista Néle Azevedo, realizou-se em cidades de diferentes países e culturas.
São inúmeras esculturas em gelo colocadas a derreter em espaços públicos, onde atraem a atenção de quem passa.
A artista pretendeu apresentar uma leitura crítica sobre o monumento nas cidades contemporâneas. Como alternativa à solidez da pedra, oferece a fluidez do gelo, numa clara troca de estabilidade por movimento, de peso por leveza.
Em vez de aprisionar a obra em locais fixos, a artista empreende uma viagem por espaços públicos de diversas cidades, estados e países. No lugar da homenagem ao herói, ou à autoridade, promove a celebração do homem comum.
Nas intervenções realizadas até o final de 2004 as esculturas em gelo eram colocadas apenas uma ou duas em cada local escolhido e derretiam. A experiência repetiu-se em diversos pontos de cada cidade percorrida. O Monumento Mínimo foi levado, nesse formato, a diversas cidades do Brasil, de Cuba e do Japão.
A partir de 2005, optou pela concentração de grande número de esculturas em um só local. Uma espécie de monumento colectivo que desaparece. Realizou intervenções no Brasil, França, Alemanha, Portugal, Itália.
Melting Men, consistiu na construção de um "monumento" com várias miniaturas, esculturas de gelo de 20cm, cujas figuras eram anónimas e dispostas num espaço públicos sem qualquer tipo de privilégio a uma determinada figura. A escultura estática perde a solidez e ganha fluidez tornando-se em água.
"A homenagem é dirigida aos anónimos e os corpos desaparecem na cidade numa experiência compartilhada", Néle Azevedo.
Embora não tenha sido o seu propósito, este projecto é muitas vezes interpretado como um alerta às alterações climatéricas e a artista foi convidada pela WWF em 2009 para um intervenção em Berlim para consciencializar a população dos efeitos do aquecimento global, onde mais de mil esculturas de gelo derreteram.
"A homenagem é dirigida aos anónimos e os corpos desaparecem na cidade numa experiência compartilhada", Néle Azevedo.
Embora não tenha sido o seu propósito, este projecto é muitas vezes interpretado como um alerta às alterações climatéricas e a artista foi convidada pela WWF em 2009 para um intervenção em Berlim para consciencializar a população dos efeitos do aquecimento global, onde mais de mil esculturas de gelo derreteram.
Glória às lutas inglórias!
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